terça-feira, 11 de outubro de 2011

Reflitam!

Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...

Tá vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Curinga

“Vivemos nossas vidas num incrível mundo de aventuras, pensei. Apesar disso, a grande maioria das pessoas considera tudo isso “normal”. Em compensação, vivem em busca de algo fora do normal: anjos ou então marcianos. E isso se explica pelo simples fato de que elas não consideram um enigma o mundo em que vivem. Para mim a coisa era completamente diferente. Para mim, o mundo era um sonho muito estranho, e eu vivia em busca de uma explicação racional qualquer para esse sonho. E enquanto fiquei parado ali, observando o céu ir mudando de cor, primeiro cada vez mais vermelho e depois cada vez mais claro, experimentei uma coisa que jamais havia experimentado antes; um sentimento que desde então nunca me deixou: lá estava eu na frente da janela da cabine de um navio, eu, um ser enigmático, vivo, mais que apesar disso nada sabia de si. Experimentei a sensação de ser uma criatura viva num planeta vivo dentro da Via Láctea. Talvez já tivesse consciência disso antes, pois esse era um tema que já tinha sido abordado várias vezes dentro da educação que eu vinha recebendo. Mas aquela era a primeira vez que eu sentia aquilo tudo por mim mesmo. E aquele sentimento se instalou em cada célula do meu corpo.”


O Dia do Curinga, Jostein Gaarder – pág. 164

A vida é preciosa

“(...)Quando ele começava assim, eu já sabia que ia ter de ouvir uma longa explanação.


- Você tem consciência de que naquela época você tinha muitos milhares de antepassados? – perguntou meu pai.

Balancei a cabeça em sinal de dúvida sobre o que ele havia dito. Como aquilo podia ser possível?

- Todos nós temos um pai e uma mãe, quatro avós, oito bisavós, dezesseis tataravós, e assim por diante. Se você for fazendo as contas até voltar a 1349, vai chegar a um número bem grande.

Concordei.

- Então veio a peste. A morte rondava os povoados, um a um, e as crianças eram as suas maiores vítimas. Em algumas famílias morreram todas as crianças; em outras, uma ou talvez duas conseguiram sobreviver. Naquela época, Hans-Thomas, muitas centenas dos seus antepassados eram crianças. E nenhum deles morreu.

- Como é que você pode ter tanta certeza disso? – perguntei intrigado.

Ele deu uma tragada no cigarro um continuou:

- Porque você está bem aqui ao meu lado, olhando para o mar Adriático.

Essa foi mais uma daquelas conclusões surpreendentes, que me deixavam sem saber como reagir. Uma coisa era certa: meu pai tinha razão, pois se apenas um de meus antepassados tivesse morrido quando criança, ele ou ela não poderia ter sido meu antepassado.

- A probabilidade de nenhum de seus antepassados ter morrido ainda criança era uma para muitos bilhões – prosseguiu ele. E a partir daí suas palavras começaram a jorrar como a água de um dique que se rompe: - Pois não estamos falando aqui apenas de uma peste, entende? Todos, todos os seus antepassados cresceram e tiveram filhos em épocas que foram palco de mais terríveis catástrofes naturais e que, além do mais, possuíam índices assustadores de mortalidade infantil. É claro que muitos deles chegaram a ficar doentes, mas o fato é que todos sempre sobrevivem às enfermidades. Assim, por muitas centenas de bilhões de vezes você esteve a um milímetro da morte, Hans-Thomas. Sua vida nesse planeta foi ameaçada por insetos e animais selvagens, meteoros e raios, doenças e guerras, enchentes e incêndios, envenenamentos e tentativas de assassinato. Só na guerra dos Trinta Anos você deve ter se ferido muitas centenas de vezes, pois você deve ter tido antepassados de ambos os lados. Sim, no fundo, você travou uma guerra contra si mesmo e contra suas possibilidades de nascer três séculos mais tarde. E o mesmo vale para a Segunda Guerra Mundial: se algum bom norueguês tivesse abatido o seu avô durante o período da ocupação, nem você e nem eu teríamos nascido. Estou falando de uma coisa que aconteceu muitos bilhões de vezes ao longo da história. Todas ás vezes em que uma seta cortou os ares sibilando, as chances de você nascer foram reduzidas a um mínimo. Mas aí está você, Hans-Thomas, sentado bem ao meu lado e conversando comigo. Entende? (...)”

O Dia do Curinga, Jostein Gaarder – pág. 140

Maravilhar-se é necessário

Pergunto-me: estou preparada para morrer? Minha resposta é não.


Do nada vem na minha mente a idéia de que um dia irei morrer e toda a história que estou escrevendo nesse mundo terá um ponto final.

Nós não nos preparamos para a única certeza que nós temos na vida: de que um dia morreremos.

Muitos se esquecem de viver intensamente porque se esquecem desse detalhe.

Às vezes não sabemos como agir, trabalhamos a vida toda, perdemos nossa saúde para depois ficarmos velhos, olhar para trás e vermos quer não vivemos como gostaríamos.

Há pessoas com os dias contados (com doenças terminais por exemplo) que aproveitam seus últimos momentos em vida e fazem o que realmente gostam, porque sabem que vão morrer, vivendo intensamente, porém todos deviam fazer isso, pois todos nós estamos à beira da morte, não sabemos quando iremos morrer, se vai ser daqui 50 anos, 1 mês ou até mesmo no próximo minuto.

Mas o mundo não é só feito de vontades, ele é como uma fábrica, a fábrica da Vida e cada um tem sua função para que ela funcione, por isso existe as obrigações, porém fazer o que gostamos é necessários para que nossos deveres se tornem harmônicos. Também devemos tomar cuidado para nossa vida não se tornar uma rotina completa, digo completa porque a rotina de certo modo nos ajuda a organizar o que fazemos no dia, mas deixar que tudo vire rotina é perigoso.

Viver é sentir sua existência, poder maravilhar-se com o mundo magnífico que vivemos e não apenas existir, vendo o mundo sob olhos e lentes preto e branca, como se a nossa existência fosse lógica, normal, óbvia...

 
A vida e a filosofia


Passamos a viver bem quando a vida começa a responder nossas perguntas, acalmando nossas incertezas, mesmo que elas sempre existam.

Esse é o mundo do mistério e isso nos motiva a sentir o quão magnífico é o mundo, que ao mesmo tempo possui uma lógica de existência que quando pensamos bem ela some, como se nunca tivesse existido.

Viver bem é maravilhar-se com as singularidades, com os detalhes da vida, que a rotina embaça nossos olhos de ver. Maravilhar-se é filosofar e filosofar é sentir com a lógica da mente e pensar com o coração, equilibrando pensamento e sentimento.

quarta-feira, 30 de março de 2011

It's My Life
(Jon Bon Jovi / Richie Sambora / Max Martin)

This ain't a song for the broken-hearted
No silent prayer for faith-departed
I ain't gonna be just a face in the crowd
You're gonna hear my voice
When I shout it out loud.


It's my lifeIt's now or never
I ain't gonna live forever
I just want to live while
I'm alive(It's my life)
My heart is like an open highway
Like Frankie said
I did it my way
I just wanna live while
 I'm aliveIt's my life.

This is for the ones who stood their ground
For Tommy and Gina who never backed down
Tomorrow's getting hard make no mistake
Luck ain't even lucky
Got to make your owns breaks.

It's my life
It's now or never
I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive(It's my life)
My heart is like an open highway
Like Frankie said
I did it my way
I just wanna live while I'm alive
It's my life.

Better stand tall when they're calling you out
Don't bend, don't break, baby, don't back down.

It's my lifeIt's now or never
I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive(It's my life)
My heart is like an open highway
Like Frankie said
I did it my way
I just wanna live while I'm alive
It's my life.

It's now or never
I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive(It's my life)
My heart is like an open highway
Like Frankie said
I did it my way
I just wanna live while I'm alive
It's my life.

É a Minha Vida

Esta não é uma canção para um coração partido
Não é uma oração para quem perdeu a fé
Eu não vou ser só um rosto na multidão
Você vai ouvir a minha voz
Quando eu gritar isto bem alto

É a minha vida
É agora ou nunca
Eu não vou viver para sempre
Eu só quero viver enquanto eu estou vivo(é a minha vida)
Meu coração é como uma rodovia aberta
Como Frankie disse
Eu fiz do meu jeito
Eu só quero viver enquanto eu estou vivo
É a minha vida

Isto é para aqueles que fizeram seu caminho
Para Tommy e Gina que nunca desistiram
Amanhã está ficando difícil não cometer nenhum erro
A sorte ainda não teve sorte
Tem de fazer suas próprias regras

É a minha vida
É agora ou nunca
Eu não vou viver para sempre
Eu só quero viver enquanto eu estou vivo(é a minha vida)
Meu coração é como uma rodovia aberta
Como Frankie disse
Eu fiz do meu jeito
Eu só quero viver enquanto eu estou vivo
É a minha vida

É melhor estar alerta quando eles estão chamando por você
Não se curve, não quebre, baby, não desista.

É a minha vida
É agora ou nunca
Eu não vou viver para sempre
Eu só quero viver enquanto eu estou vivo(é a minha vida)
Meu coração é como uma rodovia aberta
Como Frankie disseEu fiz do meu jeito
Eu só quero viver enquanto eu estou vivo
É a minha vida

É agora ou nunca
Eu não vou viver para sempre
Eu só quero viver enquanto eu estou vivo(é a minha vida)
Meu coração é como uma rodovia aberta
Como Frankie disse
Eu fiz do meu jeito
Eu só quero viver enquanto eu estou vivo
É a minha vida

Você quer paz?

Dê a eles o que eles querem
Diga a eles o que eles querem ouvir
Mas não diga todos seus pensamentos
Pois não devemos dar pérolas a porcos
Nossa mente é a única coisa que realmente nos pertence
Não deixe que ninguém a domine!

Na escola

O ser humano é muito manipulável.
Na sala de aula podemos observar isto. A maior prova disso é que quando um professor (transmissor de conhecimento e de alguma forma superior) escreve algo errado no quadro, por falta de atenção, descuido e não por não saber, são raros os que questionam tais erros, pois o senso comum aceita o que lhes propõem, "enfiando" em suas cabeças as informações, sem ter a certeza de que são corretas, verdadeiras, já que no psicológico é normal acreditar que o professor está sempre correto.
Outra observação foi que quando aqueles que saem do padrão da normalidade questionam, por mais simples que for a pergunta, certas pessoas riem, achando que tal ato é peculiar, embora o questionamento é um princípio importante para adquirir conhecimento. Geralmente os que riram são aqueles que podem ser considerados "robôs", pois estão na escola apenas para decorar informações que são convertidas em pontos e assim adquirindo títulos (diplomas) que provarão que sabem algo, mas isso é inválido, pois não aprenderam na essência.
Os "nerds" irritam alguns, pois os demais não conseguem seguir  a linha de pensamentos deles, assim achando inútil seguir este padrão de comportamento. É muito mais cômodo terem essa reação, pois nem todos tem o mesmo foco.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Grãos de areia

Como é curioso o desenvolvimento humano!


Quando somos pequenos criamos um mundo próprio baseado nas coisas que nos cercam, neste mundo somos o centro e tudo está a nossa volta por nossa causa. Mas à medida que crescemos esse mundo vai se expandindo e de uma hora para outra percebemos que somos apenas parte de um todo, um pontinho no universo. Um grão de areia na praia.

Sim, como é triste e bonita nossa existência! Somos todos grãos de areia na praia da vida, do universo; que de uma hora para outra podemos ser cobertos pela água e levamos pelo mar, sendo extraídos do nosso mundo.


Acredito que o mar seja Deus, imenso e misterioso e que quando somos levados por ele podemos ser carregados à outras praias.
Incompreensíveis a nossa existência na "nossa" pequena praia inicial. Nós como pequenos grãos de areia ficamos indignados com a imensidao e os mistérios da praia universal.


O que nos resta é apenas nos conformar com a nossa ignorância eterna e crer no Mar, em Deus.
 
By: Julia Muinhos